Instituição é responsável pela pesquisa clínica em Passo Fundo dentro da maior iniciativa brasileira para validação de biomarcadores da doença

A Atitus Educação passou a integrar, oficialmente, um dos estudos mais promissores já conduzidos no Brasil para a detecção precoce do Alzheimer. Em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e outras instituições de referência, a Escola de Saúde será responsável pela execução da pesquisa clínica em Passo Fundo, contribuindo para uma iniciativa inédita que pode transformar o diagnóstico da doença em escala nacional.

A participação da Atitus faz parte da Iniciativa Brasileira de Biomarcadores para Doenças Neurodegenerativas (IB-BioNeuro), projeto que pretende testar, em larga escala, um exame de sangue desenvolvido pela empresa norte-americana Quanterix. A tecnologia, validada internacionalmente, demonstra capacidade superior a 90% de precisão para identificar alterações cerebrais compatíveis com Alzheimer — um avanço que promete reduzir em até dez vezes o custo do diagnóstico, atualmente baseado em exames caros e de difícil acesso, como PET scan e punção lombar.

O estudo contará com a coleta de sangue de 3 mil voluntários em dez cidades do Rio Grande do Sul — Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Osório, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Santa Maria, Santo Ângelo, Uruguaiana e Veranópolis — e receberá investimento aproximado de R$ 20 milhões de diferentes órgãos públicos de fomento à ciência, incluindo a Secretaria Estadual da Saúde, o MCTI, a Finep e o FNDCT. A previsão é que o estudo se estenda por 24 meses.

Para Caroline Calice, diretora da Escola de Saúde da Atitus, a participação da instituição reafirma sua vocação para atuar em projetos de impacto real na sociedade. “A Atitus é protagonista em um projeto de grande relevância para a saúde pública no Brasil. Em parceria com instituições de excelência, somos responsáveis pela pesquisa clínica em Passo Fundo para a detecção precoce do Alzheimer. Esta é uma oportunidade única de contribuir para avanços científicos que podem melhorar a vida de milhares de famílias”, destaca.

O estudo se apoia em uma tecnologia inédita no país: o Elisa Ultrassensível Simoa® HD-X Analyzer, equipamento adquirido pela UFRGS em convênio firmado com a Secretaria Estadual da Saúde em 2023. O aparelho é capaz de identificar biomarcadores associados ao Alzheimer mesmo em pessoas neurologicamente saudáveis, oferecendo um nível de precisão até então inalcançável.

Segundo Bernardo Agostini, coordenador do Centro de Pesquisa Clínica da Escola de Saúde da Atitus, o grande diferencial do projeto está na possibilidade de detectar a doença muitos anos antes que os sintomas se manifestem. “Esse equipamento permite identificar os processos biológicos que desencadeiam a demência décadas antes do aparecimento de esquecimentos e perdas cognitivas. Isso abre caminho para protocolos de prevenção secundária no SUS, capazes de retardar ou até impedir o avanço da doença”, explica. A iniciativa brasileira dialoga diretamente com o movimento global de incorporação de biomarcadores ao diagnóstico assistido de doenças neurodegenerativas.