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Conheça a startup de impacto social que promove a inclusão e a fluência digital

Publicado em 23/03/2022

Escrito por: Eduarda Ricci Perin

Missão Criativa, fundada pela professora Andréa Mussi e pela egressa Luísa Deon, recebe investimento para apoio a pesquisadores

Com atividades voltadas a promover a inclusão e desenvolver fluência digital, além de competências e habilidades relacionadas ao pensamento computacional, a startup de impacto social Missão Criativa, fundada pela professora Andréa Mussi e pela egressa do Mestrado em Arquitetura Luísa Deon, foi contemplada com R$ 200 mil em investimentos, na chamada do Programa de Recursos Humanos em Áreas Estratégicas (RHAE). A iniciativa é uma parceria do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O fomento vem por meio de bolsas para apoiar a inserção de pesquisadores na empresa e será distribuído em três anos.

Esta foi a primeira submissão feita pela empresa desde que foi constituída, em 2021, já obtendo êxito com sua proposta. “Esse fomento é essencial para a startup continuar inovando e amadurecer seus processos e produtos, aumentando as tecnologias digitais já presentes e para implantar novos produtos digitais. As bolsas obtidas são destinadas a graduados e mestres, sendo uma ótima oportunidade de desenvolvimento para nossos mestrandos e egressos da Atitus, que serão beneficiados pela startup ter surgido de ações de pesquisa científica aplicada, ensino e extensão realizadas na instituição, pelo NITAU”, comenta Andréa.

A Missão Criativa nasceu a partir de parcerias com escolas privadas e públicas, pesquisas científicas e ações de ensino e extensão, desenvolvidas desde 2017. As atividades iniciaram na Fundação Atitus, a partir do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Atitus, desenvolvidas no grupo de pesquisa Núcleo de Inovação e Tecnologia em Arquitetura e Urbanismo (NITAU), com a liderança de Andréa.

IMPACTO SOCIAL E SUSTENTABILIDADE

Hoje, a Missão Criativa tornou-se um negócio de impacto por ter como um dos seus objetivos a geração de impacto socioambiental e o resultado financeiro positivo de forma sustentável. O empreendimento investe no uso dos materiais que compõem seus produtos e em processos ágeis e enxutos. Mais de 90% dos materiais dos brinquedos a construir que compõem os boxes da missão criativa são recicláveis, constituídos essencialmente de papelão e PLA (Poliácido Láctico, um termo plástico biodegradável).

A empresa atua na área de Tecnologias para Promoção, Popularização e Divulgação da Ciência, Tecnologia e Inovação, principalmente no setor de Educação Empreendedora, perfazendo a Educação de Ciências, inserido em tecnologias educacionais e sociais. Além disso, tem ênfase nas competências e habilidades socioemocionais requisitadas no mundo do trabalho, necessárias na geração alpha e requeridas para o empreendedorismo e destacadas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Suas ações são norteadas por metodologias ativas, em especial a aprendizagem baseada em projetos e a estratégia STEAM (Science, Technology, Engineering, Art and Math), colocando a criança e adolescente como protagonistas do aprendizado mão na massa, do aprender pela experiência, da criação e de contexto do mundo real. Na equipe do projeto, além de Andréa e Luísa, colaboram também os professores Amilton Martins (InovaEdu) e Camila Oliveira (PPG em Psicologia), e a mestranda em Arquitetura Priscila Isele.

EXERCITANDO A CRIATIVIDADE

A startup subsidia a continuidade e confere maturidade aos produtos e processos de projetos colaborativos (codesign) e ensino híbrido, desenvolvidos em parceria com a Escola de Ensino Fundamental Notre Dame Menino Jesus e a Escola Estadual de Ensino Fundamental Monte Castelo, em Passo Fundo, desde 2019; e com o Colégio Brasileiro Israelita, em Porto Alegre, em 2021.

As atividades desenvolvidas estão relacionadas a inclusão e fluência digital, além de como desenvolver - mediante o codesign entre todos os agentes envolvidos no ambiente escolar (pesquisadores, professores, gestores, pais e alunos) - as competências e habilidades da BNCC relacionadas ao pensamento computacional, ao mundo e cultura digitais, bem como tecnologias digitais no processo de aprendizagem desenvolvido nos ambientes formal, informal e não-formal. Ainda possui no DNA do projeto a formatação de metodologia de codesign e de ferramentas de ensino aprendizagem híbridos, por meio do uso de fabricação digital, prototipagem rápida, eletrônica, programação e robótica.

“A criatividade em todas as áreas de atuação da vida é extremamente necessária. Precisaremos de inovação constante. O incentivo à curiosidade, explorar novas opções (sair da caixa), o exercício da criatividade e a busca por novas soluções são imprescindíveis no ato de inovar. A Missão Criativa tem o propósito de contribuir com o desenvolvimento destas habilidades e competências nas crianças. Projetamos brinquedos a serem construídos e montados por elas, os quais permitem uma aprendizagem criativa e divertida”, ressalta a professora.

A cada três meses, a Missão Criativa lança um novo box, que possui três brinquedos. Até o momento, seis boxes foram lançados para crianças de 4 a 12 anos (conexões, personalização, luz, luminária chaveiro e imaginação e movimento) e três para crianças a partir de 1 ano, com brinquedos de grandes dimensões (casa, foguete e toca da coelha).

A ideia utiliza princípios da cultura maker, da fabricação digital, da eletrônica, da robótica e da programação. “Desenvolvemos conceitos de pensamento computacional, sequência lógica e peças intercambiáveis e recicláveis. Estas peças podem se transformar em novos brinquedos com funções e contextos distintos, ativando mais a criação e a construção de novos brinquedos”, explica Andréa.

A proposta é empoderar as crianças para que elas reconheçam que são capazes de realizar, de inovar, de transformar, e que isso se reflita na vida adulta.

Por isso, os brinquedos seguem cinco pilares considerados essenciais para serem construídos. São os chamados 5Ds:

1. Desafiante 2. Difícil na medida certa 3. Desenvolva habilidades técnicas, cognitivas (hard skills), socioemocionais e comportamentais (soft skills) 4. Diferente 5. Divertido

Essas características, segundo a empresa, permitem ativar a criatividade. Inspiradas nos autores David Eagleman e Ed Carmull, a startup também trabalha com a ideia de que, para ser criativo, é preciso transpor e se desenvolver em três barreiras: 1) sair da menor resistência do nosso cérebro a queremos repetições, então precisamos ser desafiados a fazer diferente a buscar o novo; 2) ultrapassar limites; 3) não temer o fracasso, lidar com o que é difícil e perseverar até acertar.

“Nossos brinquedos são assim. Diversificados em tipos de conexões e formas, para as crianças aumentarem seu repertório. Difíceis, mas tangíveis, para perseveram até acertarem, mesmo com os erros durante o processo, os quais as ajudarão a lidar com o fracasso. Para isso, utiliza-se de um objetivo que interessa muito a elas: ter o brinquedo finalizado, para brincar e se divertir mais ainda”, conclui.

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