Escola do Agronegócio promove primeira edição do Agro Talks
Publicado em 02/10/2024
Escrito por: Bárbara Born
Primeiro dia de evento abordou os impactos das chuvas na agricultura do RS
Os estudantes dos cursos de Agronomia e Medicina Veterinária da Atitus Educação participam, ao longo desta semana, da primeira edição do Agro Talks. O evento teve início na noite de segunda-feira (30) e segue até quinta-feira (03), no Campus do Agronegócio. Organizado pela Escola do Agronegócio da Atitus, o Agro Talks traz renomados profissionais do mercado para compartilhar conhecimentos e experiências.
Para o diretor da Escola, Deniz Anziliero, o evento oferece aos estudantes a oportunidade de contato com diversas áreas de atuação, além de apresentar as principais tendências e inovações do setor. "Queremos oferecer uma experiência enriquecedora, onde os alunos possam aprender com especialistas e entender as oportunidades que o mercado oferece", afirma. Ele também ressalta a importância de eventos como o Agro Talks para a formação dos estudantes, incentivando a troca de ideias e a construção de redes de contato.
O primeiro dia do evento abordou os impactos das chuvas extremas na agricultura do Rio Grande do Sul. O gerente regional da Emater de Passo Fundo e docente da Atitus, Dartanhã Luiz Vecchi, apresentou dados sobre os danos. “Dos 497 municípios do Estado, 456 foram afetados. Mais de 206 mil propriedades rurais, de um total de 365 mil, sofreram impactos, e 48.674 produtores enfrentam prejuízos nas culturas de grãos”, ressaltou. Dartanhã comentou ainda que a Emater assessorou diversos Comitês de Crise do Governo do Estado e dos municípios atingidos, disponibilizando equipes especializadas e promovendo ações de enfrentamento à calamidade.
O assunto também foi abordado em um painel com o presidente da Fertisystem, Evandro Martins, o Chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Trigo, Giovani Faé, o gerente da Unidade da JBS de Passo Fundo, José Piva, e o consultor técnico da Ourofino Saúde Animal, Eduardo Montemezzo.
Evandro Martins explicou que a Fertisystem desenvolve tecnologias que auxiliam na conservação do solo diante das intempéries climáticas. “Nós temos trabalhado em um sistema de terraceamento, com o plantio em contorno. Quando há falta de chuva, a água é retida, graças a um mapeamento hidrológico, e em situações de excesso de chuva, a água infiltra no solo”, destacou.
Giovani Faé ressaltou que a Embrapa tem se dedicado ao desenvolvimento de tecnologias que promovem maior resiliência ao solo: “É fundamental ajustarmos os sistemas de produção utilizando tecnologias genéticas e avançando no melhoramento por meio de práticas de biotecnologia. Isso permitirá que nossos cultivos se adaptem melhor aos eventos climáticos extremos, que tendem a se intensificar.”
José Piva relatou que a JBS sofreu severos impactos devido às enchentes, levando a criação de um comitê de crise para delinear as primeiras ações de enfrentamento. “Mais de 200 propriedades que nos forneciam suínos e aves foram afetadas. Além disso, enfrentamos desafios no transporte dos alimentos. Com as principais estradas bloqueadas, houve dificuldades para garantir a entrega aos nossos clientes. Precisamos, então, buscar rotas alternativas”, afirmou.
Eduardo Montemezzo, da Ourofino, destacou que o produtor de gado de corte não tem a cultura de estocar alimentos. Por isso, sofrem tantos prejuízos em situações de crise. “Em julho, por exemplo, os produtores que tinham estoque de boi gordo levaram vantagem devido a baixa oferta e alta demanda de exportação”, citou.
Na terça e quarta-feira, a programação incluiu mais de nove palestras em cada dia, abrangendo as áreas de Agronomia e Medicina Veterinária. Os estudantes puderam se inscrever nas palestras de seu interesse. O evento será encerrado na quinta-feira (04).