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Passado o atendimento humanitário, profissionais destacam a atenção à saúde mental pós-enchentes no RS

Publicado em 30/07/2024

Escrito por: Eduarda Ricci Perin

Conforme psicólogos, impacto de catástrofes pode resultar em variedade de transtornos

A recente catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul não deixou apenas um rastro de destruição material, mas evidenciou um impacto significativo na saúde mental da população gaúcha, em especial das vítimas das enchentes nos 471 municípios atingidos no Estado.

Para psicólogos e demais profissionais da saúde, a abordagem inicial após a catástrofe foi prioritariamente humanitária: garantir a vida e as necessidades básicas de sobrevivência. Agora, com um movimento de retomada e recuperação do Estado, agir em prol da saúde mental é prioridade.

A professora do curso de Psicologia da Atitus em Porto Alegre Mariana Machado Felin atuou na linha de frente de apoio às vítimas na capital do Estado. Para ela, a atuação inicial envolveu desde a garantia de um alojamento seguro até o fornecimento de itens essenciais como alimentos e produtos de higiene. “Não foi possível falar em saúde mental, em escuta, em intervenção, sem antes garantir a vida dessas pessoas. Então, atuar na linha de frente, naquele momento inicial, era preservar ao máximo tudo aquilo que constitui um sujeito – sua vida, sua história, sua família e, também, o que fosse possível de seus objetos”, enfatiza a docente.

No momento atual que o Rio Grande do Sul vive, a Psicologia tem um papel fundamental em acolher e reconhecer a singularidade do trauma vivenciado por cada pessoa afetada, segundo a coordenadora do curso de Psicologia da Atitus Educação em Passo Fundo, Josiane Razera.

"Nenhuma situação é vivenciada da mesma maneira", ressalta. Isso implica em proporcionar espaços de escuta seguros e livres de julgamentos, onde as vítimas possam compartilhar suas experiências sem pressões externas. “Pesquisas indicam que quanto antes é feito esse acompanhamento psicológico, menores são os impactos que estas vítimas poderão sofrer no futuro. Ou seja, menores são as chances de desenvolver um transtorno psicológico ocasionado pela situação de catástrofe”, complementa.

O impacto psicológico das catástrofes climáticas pode resultar em uma variedade de transtornos mentais, desde ansiedade e depressão até casos mais graves como o transtorno de estresse pós-traumático. "É esperado que as pessoas apresentem sintomas como medo, ansiedade, insegurança, além de sintomas fisiológicos, como taquicardia", explica Josiane. Neste contexto, a Psicologia desempenha um papel crucial não apenas no apoio imediato às vítimas, mas também na promoção de políticas públicas que garantam suporte contínuo e eficaz.

“Criar espaços de acolhimento e escuta, individual ou em grupo, que possibilitem o compartilhamento de experiências e o reconhecimento do que foi vivenciado pode possibilitar o início de uma construção”, enfatiza a psicóloga Mariana. Para ela, além do atendimento direto às vítimas, a Psicologia tem um papel político importante na promoção de uma conscientização e responsabilização social, incentivando a construção de políticas públicas que garantam suporte contínuo e eficaz. “Esse trabalho (do profissional de Psicologia) não só oferece suporte imediato, mas também promove a autonomia do sujeito, capacitando-o a retomar o controle sobre sua vida e a responsabilizar-se pelo seu próprio espaço”, destaca a docente do curso de Psicologia da Atitus.

As psicólogas ainda destacam a necessidade de um compromisso contínuo com o bem-estar psicológico e emocional das pessoas afetadas. Para elas, o apoio adequado e o cuidado sensível podem fazer a diferença crucial na reconstrução das vidas desses indivíduos e de suas comunidades. Além disso, a pesquisa contínua e a formação especializada são essenciais para capacitar os profissionais a lidar com essas situações de forma eficaz e compassiva.

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Ansiedade climática

A psicóloga Josiane Razera também menciona o surgimento de termos como "ansiedade climática" e "eco-ansiedade", que, embora ainda não sejam oficialmente reconhecidos como transtornos mentais, descrevem o medo e a preocupação de pessoas que passaram por catástrofes climáticas e podem experimentar pavor ou ansiedade quando expostas a situações semelhantes. “Pessoas que passaram por enchentes, por exemplo, num primeiro sinal de chuva podem começar a ter sentimentos de pavor, de medo, de ansiedade. Preocupação de que possam vivenciar tudo que vivenciaram outrora”, explica.

Nesse contexto, é vital que as pessoas reconheçam a importância de buscar ajuda profissional qualificada, sem preconceitos, afinal, todos estão sujeitos a situações traumáticas que exigem cuidados adequados à saúde mental. A Psicologia atua como promotora do bem-estar e da qualidade de vida, oferecendo suporte necessário para enfrentar e superar esses desafios.

Sinapsi realiza atendimento psicológico em Porto Alegre e Passo Fundo

O Serviço Integrado de Atendimento em Psicologia (Sinapsi) presta atendimento psicológico à comunidade de Porto Alegre e Passo Fundo. Na capital do Estado, mesmo com a interrupção das atividades no período de maio em decorrência das enchentes, o serviço realizou 838 atendimentos contemplando crianças, adolescentes, adultos, casais e famílias no primeiro semestre do ano. Em Passo Fundo, no norte do Estado, foram 1.171 atendimentos entre março e junho de 2024. O atendimento está disponível para a comunidade de forma gratuita.

Em Porto Alegre, os agendamentos podem ser realizados pelo e-mail sinapsi.poa@atitus.edu.br ou pelo WhatsApp (51) 3014-9944. Em Passo Fundo, a Sinapsi atende pelos contatos sinapsi.pf@atitus.edu.br ou(54) 3045-9070.

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