Os principais temas que hoje mobilizam os ecossistemas de inovação da Europa são semelhantes aos verificados no Brasil, porém com um nível mais elevado de maturidade. Esta foi a percepção dos vice-presidentes da Atitus que participaram do South Summit Madrid, na última semana.

Vinícius Severo, vice-presidente de Mercado, e Daniel Sperb, vice-presidente executivo de Inovação da Atitus, também participaram da última edição brasileira do evento, em março. Segundo eles, a principal diferença é que, enquanto no Brasil ainda se discute por que inovar, enquanto na Espanha, os debates giram em torno de como aplicar a inovação.

Confira a seguir alguns insights que Vinícius e Daniel colheram nos três dias do evento na capital espanhola.

Temáticas semelhantes

Os temas em discussão é um ponto em comum entre o evento de Porto Alegre e Madrid. Tanto lá quanto aqui, Inovação, tecnologia e inteligência artificial dominaram não apenas as palestras, mas também as conversas e contatos informais entre os participantes. “Em Madrid, a temática da inovação puxa a da tecnologia, e a tecnologia puxa a da inteligência artificial, com um debate grande sobre a questão ética e regulação”, destaca Daniel Sperb.

Perfil do público

Segundo Vinícius Severo, a diferença no nível de maturidade que citamos lá no início tem relação com o perfil do público. Em Porto Alegre, havia muitos estudantes e curiosos, buscando conhecer o que é e qual o potencial da inovação. Em Madrid, os próprios frequentadores eram mais maduros.

“Na Espanha, o South Summit é menor, com menos participantes, mas é, visivelmente, um evento mais formal, com um público que detém mais conhecimento sobre os temas em debate”, avalia.

Profundidade das discussões

Este perfil mais maduro se faz presente também nas abordagens com que temas como inovação e tecnologia são tratados em Madrid. Para Sperb, esta é uma diferença nítida do público do South Summit de Porto Alegre

“No Brasil ainda estamos entendendo e justificando o porquê da inovação. Em Madrid, isso já é pauta vencida, e se discute como aplicar a inovação e potencializar seus resultados”.

Academia como referência

Outro ponto que chamou a atenção foi a participação das universidades como parte atuante nos ecossistemas de inovação. Valorização dos docentes que atuam no mercado e aproximação com os egressos são pontos que fortalecem esse papel, e que a Atitus já aplica aqui no Brasil.

“Também visitamos em Madrid a IE University, uma das instituições mais respeitadas da Espanha e fiquei positivamente impactado ao ver que eles aplicam estas e outras práticas que valorizam as instituições de ensino superior.

Hub espanhol

Daniel e Vinicius visitaram ainda o The Cube, importante Hub de Inovação com clientes como Enel, P&G, Uber, Nestlé, Pfizer, entre outras grandes marcas. Segundo Daniel, foi possível perceber uma grande semelhança entre o que estamos praticando por aqui, especialmente no que se refere a abordagens e técnicas mais avançadas de design de negócios.